sábado, 19 de março de 2016

Globo erra feio ao tenta desqualificar manifestação pró-democracia - ou mente vergonhosamente

Da Redação
Números incomparáveis e o efeito também
Números incomparáveis e o efeito também
O Globo deste sábado tenta reduzir a importância da manifestação de sexta-feira (19). Diz que representou um percentual ínfimo se comparada a de domingo. Os números do Globo, por isso suspeitos, falam em 275 mil. Os dos organizadores elevam para 800 mil. Mas não há relevância nisso. A análise do jornal é duplamente falsa. Primeiro porque não se compara manifestações realizadas em dias diferentes, especialmente se uma é no fim de semana e outra em dia útil. Segundo porque na primeira houve facilitação no acesso ao metrô - Alckmin ignorou a roleta para garantir público em SP - tradicionalmente o maior palco. E terceiro porque o quantitativo não é o mais relevante. Conforme analisa o principal articulista político do jornal, Jorge Bastos Moreno, os milhares de manifestantes pró-democracia representaram uma ducha de água fria na oposição. O Brasil está dividido. Ponto e vírgula: O Globo quer o ponto final. Não passarão! Ponto Final. Uma ova. A gente segue:

Outro elemento de importância considerável ignorada pelo jornal dos Marinhos é que houve uma forte presença de manifestantes em todo o país, inclusive no nordeste. E ali estão 19 dos 65 integrantes da Comissão do Impeachment. Os estados da região foram os mais beneficiados pelos programas sociais do governo. isto fez o governo de Lula e também Dilma criarem profundas raízes. Este dado é relevante porque alguns destes deputados são candidatos à prefeitura de capitais e cidades do interior. E não é certo que queiram se indispor com parte do eleitorado em ano político tão importante. 

Mas o jornalão da família Marinho comete outro equívoco. Este, mais grave. Ele chama os manifestantes de sexta-feira de "aliados de Dilma e Lula". A manchete é uma aposta na cisão do país e isso atenta contra a boa convivência democrática que buscamos. Ao jogar pesado a fim de atender interesses conjunturais, a empresa que vive também das benesses dos governos com a distribuição da publicidade oficial (especialmente do governo federal) retoma seu papel histórico de beija-mão do golpismo. 

O Grupo Globo não viu cicatrizar - e talvez jamais veja - seu vínculo com a ditadura que lhe valeu o império midiático que hoje ostenta. Mas periga a mácula se espraiar para além do Brasil. O que pode não ser bom nem para os seus negócios. Vídeos revelando as relações escusas do grupo com o poder já são produzidos em todo o mundo. Até o jornalão americano New York Times fez reportagem mostrando a estranha relação do grupo Globo com o governo (leia aqui)

NdaR - O Globo noticiou que a manifestação da Avenida Paulista, no domingo (13), teve a lotação equivalente a 23 quarteirões. Já a de sexta-feira (18), segundo mesmo Globo, com 11 quarteirões tomados, teve 85 mil pessoas. Se considerarmos que 11 representam 45% de 23, o fato é que deveria estar na Paulista a metade do público de domingo. Ou o quarteirão aumenta ou diminui de acordo com quem se manifesta? Neste caso o público na Paulista, na sexta-feira, foi de 750 mil. Ou haviam 170 mil no domingo. O Globo pode escolher para não deixar confuso seu leitor?

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