segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Feira mostra a força da reforma agrária


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segunda-feira, 26 Outubro, 2015 - 10:15
Foto: Rony Sousa/ Ascom MDA
Em quatro dias, a 1ª Feira Nacional da Reforma Agrária, que terminou neste domingo (25) em São Paulo (SP), comercializou 220 toneladas de alimentos. Cerca de 150 mil pessoas passaram pelo evento, que mostrou a riqueza da produção orgânica e da agroecologia nos assentamentos de todo o país. Participaram 80 cooperativas e associações.
Na sexta-feira (23), o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, participou, durante a feira, do Ato Público em Defesa dos Alimentos Saudáveis, e propôs uma reflexão sobre a relação da humanidade com a terra. “A terra não pode ser meramente um bem de mercado. É da terra que brota a água, é da terra que vem a nossa alimentação. É na terra que camponesas e camponesas depositam as esperanças de um futuro melhor para seus filhos. A terra é um bem público, diz respeito a todos nós”, afirmou.
O ministro também destacou o papel da agroecologia para a preservação do meio ambiente. “Precisamos conciliar uma agricultura que produza muito, em qualidade e quantidade para promover a saúde das pessoas, com a preservação da biodiversidade, das bacias hidrográficas, dos ecossistemas”.
João Pedro Stédile, da diretoria nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), falou sobre o compromisso da reforma agrária com a produção de alimentos saudáveis para o país.  “A reforma agrária começa com a distribuição de terra, mas agora ela vai mais longe.”
Um milhão de toneladas de agrotóxico por ano é despejada nas lavouras brasileiras, segundo alertou Luís Carlos Meireles, da Campanha contra o uso de Agrotóxicos e pela Vida.
Comida sem veneno
“Mulher bonita não paga, mas também não leva”.  O clima era realmente de feira. Corredores lotados e produtores disputando clientes. “Olha, freguesa. Olha, freguês!”. Mas a 1º Feira Nacional da Reforma Agrária teve um diferencial que agradou os consumidores mais exigentes: alimentos variados, produzidos sem nenhum tipo de agrotóxico. “Quero comprar de tudo. Estou levando abacaxi, pimenta e abóbora para cozinhar e comer com açúcar. Minha mãe adora”, contou Ercília Cardoso, 60 anos. “Como não tem veneno, quando chegar em casa nem lavo, só descasco. É uma maravilha!”, comemorou a aposentada que visitou o espaço na sexta (23).
Produtor  no Assentamento Nilton Santos (antiga Fazenda Varese), em Atalaia (AL), José Cícero Santino, 52, viajou mais de dois mil quilômetros de caminhão para vender inhame, banana e abacaxi (doce que nem mel) em São Paulo. “Estreitar essa relação com os consumidores é muito bacana. Antes a nossa luta era por terra, agora queremos trabalhar para continuar nela e produzir alimentos saudáveis”, afirmou.
Mariana Sacramento
Ascom  / MDA
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