quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Caminho inverso


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terça-feira, 27 Outubro, 2015 - 14:30
Foto: Rômulo Serpa/ Ascom MDA
A secretária executiva do MDA, Maria Fernanda Coelho, participa do encontro nesta quinta-feira (29).
Mais de 1,5 mil pessoas são esperadas para o III Chamado da Floresta, em Santarém (PA), a partir desta quarta-feira (28). O evento, realizado a cada dois anos, propõe a vivência da realidade dos extrativistas e o debate do papel da juventude na continuação da atividade e na preservação das florestas – fonte de renda para mais de 150 mil famílias em todo país. 
Para chegar à comunidade de São Pedro, local do encontro, os participantes vão percorrer um longo caminho rio adentro. Em um dos roteiros, o tempo da viagem de barco dura mais de oito horas. São 880 quilômetros da capital Belém (PA) até a Reserva Extrativista (Resex) Tapajós Arapiuns. Todo esse esforço, no entanto, é proposital.
“Diferente de outras organizações sociais que marcham até Brasília, a gente organiza e mobiliza o nosso povo para que as nossas autoridades, na capital federal, venham até nós. Assim, dá para enxergar um pouco da nossa realidade e adaptar as políticas públicas para a vida nos nossos territórios que é tão diferente”, afirma o presidente do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), Joaquim Belo.
Entre as questões em debate estão a política de reforma agrária, o plano de manejo, infraestrutura, saúde, educação e política de produção e geração de renda. “A floresta é um patrimônio da humanidade que tem um papel central no equilíbrio de muitas coisas. Ela não é fruto do homem, ninguém a plantou, por isso a luta pelo direito da comunidade passou a ser o direito da humanidade”, reforça Joaquim. Há seis anos, o CNS promove o Chamado da Floresta.
Avaliação
Segundo o coordenador-geral de Povos e Comunidades Tradicionais do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Edmilton Cerqueira, além de apresentar as demandas dos extrativistas, o encontro serve ainda para propor uma reflexão. “É um momento de observação da luta dos extrativistas pela defesa, pela preservação e manutenção da floresta. É uma oportunidade para que eles possam tanto avaliar o seu processo histórico de luta como, também, avaliar as políticas implementadas”. 
Para ele, “os extrativistas são fundamentais para a manutenção da floresta. Então trazer os governos para dentro da realidade deles é algo extremamente positivo, para que as pessoas possam ver a riqueza das populações extrativistas na luta pela preservação ambiental”.
A secretária executiva do MDA, Maria Fernanda Coelho, participa do encontro nesta quinta-feira (29). 
30 anos do CNS
O III Chamado da Floresta celebra, ainda, os 30 anos do Conselho Nacional das Populações Extrativistas, criado em 1987, sob a liderança do seringueiro e sindicalista Chico Mendes. Ao longo desse período, foram criados 449 territórios de uso coletivo, como as Reservas Extrativistas (Resex), Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS) e os Projetos de Assentamento Extrativista (PAEs).
Saiba mais
É considerado extrativismo toda a coleta de produtos naturais, seja de origem mineral (exploração de minerais como o ouro), animal (peles, carne e óleos) ou vegetal. Nesse caso, consiste em extrativistas os seringueiros, os pescadores artesanais, castanheiros, quebradeiras de coco babaçu, raizeiros, ribeirinhos, entre outros. 
III Chamado da Floresta – Juventude: floresta conservada é vida continuada
Data: 28 e 29 de outubro de 2015 (quarta e quinta-feira)
Local: Comunidade São Pedro – Reserva Extrativista (Resex) Tapajós Arapiuns – Santarém (PA)
Gabriella Bontempo 
Ascom/MDA
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