terça-feira, 21 de outubro de 2014

Lula e Dilma reunem 50 mil pessoas em Recife




Quem levou a Fiat para Goiana (PE) foi o Lula

Lula: "ou vota em candidato de banqueiro ou vota em candidato de brasileiro" Foto: Ichiro Guerra



Em campanha por Pernambuco, a Presidenta Dilma Rousseff foi a Goiana, onde visitou obras da fábrica da Fiat/Chrysler, que passou a ser construída após o Presidente Lula, em 2010, assinar uma medida provisória, que concedeu incentivos fiscais para a companhia italiana até 2020. À época, o governador era o então aliado do PT Eduardo Campos (PSB), falecido este ano em acidente de avião..  

Na cidade, enquanto Lula puxou o coro de “quem não pula é tucano”, a candidata à reeleição afirmou enfrentar a eleição presidencial mais difícil dos últimos anos. Ao lado de Lula, ela pediu para “não deixar o país ir para trás”. “Eles (os adversários) vestiram pele de cordeiro, que esconde as suas intenções. Eles olham para os mais pobres e não veem neles cidadãos brasileiros. Tem dois projetos disputando essas eleições. Um dos projetos (PSDB) representa os interesses de só um terço do Brasil”, discursou a petista nesta terça-feira (21).

Antes, ambos foram recepcionados por 30 mil pessoas em Petrolina (cidade de Fernando Bezerra, ex-ministro do governo Dilma e eleito senador pelo PSB), onde a ponte que liga a cidade a Juazeiro (BA), foi tomada por uma multidão vermelha. Lá, Dilma destacou que os governos do PT mudaram a realidade do semi-árido e enfrentaram a seca.
“Nós fomos capazes de enfrentar a seca e conviver com a seca. Nós sabemos que a seca vem e temos que estar preparados para ela. O estado mais rico do Brasil, o estado de São Paulo, não se preparou para a seca. O Nordeste se preparou e diante da maior seca, nós temos condições de viver aqui e não ficar catando pingo de água por aí. As milhões de cisternas são uma benção que construímos”, disse.
Ponte tomada de vermelho

Já em Recife, no começo da noite, Lula e Dilma caminharam ao lado de 52 mil pessoas, de acordo com a Polícia Militar. Sem citar o adversário, Aécio Neves (PSDB), a petista fez críticas  aos anos da gestão do PSDB a frente do governo federal e ao programa econômico do PSDB. “Hoje, este país não se ajoelha mais diante do FMI (Fundo Monetário Internacional). Quando os tucanos governaram, o Brasil era devedor de joelhos. Eles plantam inflação para colher juros. Este país deixou de ser a 13ª economia do mundo pra virar a sétima maior economia do mundo”, apontou a Dilma já a noite em Recife.

No comício, o Presidente Lula acusou Aécio  de ser “mal-educado” e “filhinho de papai”, após o candidato dizer que Dilma havia mentido e sido leviana, em debate na televisão. “Onde estava o outro candidato quando Dilma, com apenas 20 anos, colocava a vida em risco pela liberdade? Ele (Aécio) estava aprendendo a ser tão grosseiro, tão mal-educado. Isso só podia ser feito por um filhinho de papai. Um nordestino jamais faria isso”, afirmou o petista.

E continuou: “Eu digo a eles que são mais intolerantes do que nós, querem acabar com a nossa presidenta, chamar ela de leviana.Eu, que já disputei muitas eleições, nunca vi um comportamento tão agressivo. A Dilma não tem que dar satisfação ao Aécio, ela tem que dar satisfação ao povo brasileiro”

Lula também voltou ao assunto preconceito ao lembrar a declaração do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), de que os eleitores do PT seriam menos informados.

“Lamento que um ex-presidente, sociólogo, diga que nós, nordestinos, somos desinformados. Votamos na Dilma porque somos um povo consciente. Votamos, sobretudo, porque não esperamos ordem do FMI para nos dizer o que fazer”, condenou Lula.

Ao comentar a sugestão da revista inglesa The Economist aos eleitores brasileiros de votar no candidato do PSDB, Lula enfatizou: “ a The Economist dizia que o povo brasileiro tinha que votar no outro candidato. O que a The Economist acha que a gente é? Que eles podem dar ordem e a gente responde? Será que perderam o juízo? Nesta eleição ou vota no candidato do banqueiro ou vota no candidato do brasileiro”, encerrou.

Abaixo outras frases de Lula e Dilma em Recife:


Lula:

Nós votamos na Dilma, porque queremos mais universidades, mais emprego, mais salário, mais Pronatec, pelo pré-sal 

Nós aprendemos a ter dignidade, esperança, a acreditar em nós mesmos 

Sei que ainda há muito a fazer nesse país. Mas foi esse nordestino retirante que teve a decência de lembrar do Nordeste pela primeira vez 

Seria bom se ele (Aécio) não tivesse voto aqui. Ele nunca lembrou do Nordeste 



Dilma:

eu enfrento a mais disputada eleição presidencial

Eu estou em um estado de homens e mulheres conscientes, lutadores, com uma história política de reconhecimento 

Em 2003, começou a certeza de que o brasileiro tivesse voz e vez; tivesse reconhecido o direito ao emprego, ao salário decente 

Em 2003, começou a reconhecimento do direito do trabalhador colocar seu filho na universidade 

Vamos lembrar que os tucanos são aqueles que proibiram a construção de escolas técnicas no nosso país 

Em 8 anos, os tucanos fizeram 11 escolas técnicas. Eu e o Lula fizemos 422 por todo o país 

Vamos lembrar que eles conseguiram bater o recorde de desemprego nesse país, em 2001 e 2002 

Eles entregaram uma herança maldita para o Lula: mais de 11 milhões de brasileiros desempregados 

Nós, desde 2003, criamos 20 milhões de empregos. No meu governo, são mais de 5 milhões 

Nós nos orgulhamos do desenvolvimento de Pernambuco e de todo o Nordeste 

Nós tiramos o atraso promovido pelo governo dos tucanos no Nordeste 

Eu tenho muito orgulho da parceria que construiu em Pernambuco oportunidades de trabalho, infraestrutura, MCMV, Mais Médicos 

Hoje, nós estivemos em Goiana, visitando a unidade da Fiat. Uma trabalhadora me agradeceu pela filha estudar na Alemanha 

Hoje, o filho do trabalhador pode ser engenheiro, pode ser doutor! 

O Brasil saiu do Mapa da Fome da ONU, depois de séculos de sofrimento 

Eu tenho um pedido: não deixem esse país ir pra trás 

Vamos mostrar que o Brasil tem mulheres e homens de coragem e fé. Um beijo no coração




Alisson Matos, editor do Conversa Afiada
Dilma: O Brasil saiu do Mapa da Fome da ONU, depois de séculos de sofrimento



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