sexta-feira, 27 de junho de 2014

APROD: Associação de cafeicultores conquista linha de crédito para contrapartida de projeto Microbacias II

Associação de cafeicultores de Divinolândia conquista a primeira linha de crédito do Feap para usar na contrapartida de projeto aprovado pelo Microbacias II


Veja, abaixo, o vídeo desta reportagem.

A Associação dos Cafeicultores de Montanha de Divinolândia (Aprod) conseguiu, no começo deste ano, uma linha de crédito para utilizar recursos do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap), para custear a contrapartida em seu projeto de rebenefício do café, aprovado pelo Microbacias II – Acesso ao Mercado, em 2012.  Essa é a primeira vez que uma associação consegue o recurso para ser usado na contrapartida.

O Feap, que é um fundo do Governo do Estado, vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento, fortalece e apoia o desenvolvimento de produtores rurais em linhas de crédito oferecidas para diversas atividades agropecuárias de cooperativas e associações. Segundo o secretário-executivo do Feap, Fernando Aluízio Pontes de Oliveira Penteado, após algumas reuniões junto aos representantes da CATI, ficou decidido que duas das linhas de crédito seriam alteradas para que as associações pudessem tentar o financiamento da contrapartida: uma trata do apoio à pequenas agroindústrias e a outra refere-se à compra de máquinas e equipamentos comunitários. “Apesar das reclamações e dificuldades que sempre ouvimos falar, foi uma grande satisfação saber que a aprovação do financiamento da Aprod vai colaborar com a realização de um grande sonho! Assim como ocorreu em Divinolândia, outras associações podem nos procurar e, com certeza, obter o mesmo êxito em seus projetos”, declara o secretário-executivo do Feap.

Com o total arrecadado, quase R$ 800 mil aprovados pelo Microbacias II e mais R$ 336 mil obtidos pelo Feap, será construído um barracão, que inclui a estrutura do armazém e da administração, além da instalação de uma unidade de rebenefício de café, que fará a separação por peneira, ventilação e catação eletrônica do café. Também serão compradas máquinas para a seleção e armazenamento de grãos.

Quando a proposta nasceu, 36 agricultores estavam envolvidos e associados na Aprod, em Divinolândia. Atualmente, são 42 e a tendência é aumentar ainda mais esse quadro. Uma vitória que para o presidente da Aprod, Francisco Sérgio Lange, contou principalmente com o comprometimento do produtor. “Ao mesmo tempo em que observamos o grau de complexidade, também percebemos que era possível fazer o projeto. A linha do Feap é voltada para o desenvolvimento e todos os setores envolvidos consideraram o nosso projeto muito organizado e interessante. A CATI inclusive teve um papel fundamental, pois ela soube entender o nosso projeto desde o início e, por meio dela, é que conseguimos junto com o comprometimento do produtor elaborar um Plano de Negócios e chegar a todas essas conquistas”, explica Lange.

 
Com a construção da unidade de rebenefício do café, o presidente da Associação afirma ainda que somente o preparo dos lotes para comercialização já será suficiente para agregar no mínimo de 20 a 30% do valor de mercado em cada saca produzida, sendo este valor totalmente revertido ao produtor. O terreno onde será construído o armazém foi pago por meio das premiações obtidas junto à certificação Fairtrade (Selo do Comércio Justo), conquistada pela Aprod em 2012, que além de estabelecer um preço mínimo pelo qual o café deve ser vendido internacionalmente, ainda premia a associação ou cooperativa por cada saca comercializada.

As obras para a construção da unidade estão previstas para começar em junho deste ano e deverão terminar em sete meses. O produtor de Divinolândia e membro da Aprod, Paulo Francisco Mengali, aguarda ansioso e com boas expectativas para seus negócios. “A minha família vive do café desde 1860 e, até 2010, nós não sabíamos o que era a evolução e seus benefícios. A conquista agora dessa contrapartida era o que faltava para podermos acessar os mercados externo e interno sem intermediários e, ainda, agregar valor não apenas pela qualidade, mas pela forte estrutura e organização”, afirma o produtor.

Desde quando foi fundada, em 2005, a Associação dos Cafeicultores de Montanha de Divinolândia, em um ano de existência, conquistou o primeiro concurso estadual em qualidade do café natural e, desde então, as premiações continuaram e serviram de motivação para que a Aprod buscasse a certificação e o aprimoramento na produção. O diretor da CATI Regional São João da Boa Vista, João Batista Vivarelli, explica que as dificuldades existem, mas que é preciso persistir nos trabalhos. “Sempre acompanhamos e acreditamos na proposta, colaboramos com a elaboração do projeto, estivemos presentes para esclarecer dúvidas e, por toda a divulgação que fazemos, só na nossa regional são nove projetos com grande possibilidade de sucesso pelo Microbacias II até a última Chamada Pública”, ressalta Vivarelli.

Texto: Juliana Montoya - jornalista do Centro de Comunicação Rural (Cecor)/CATI
Fotos: Rodrigo Di Carlo - Cecor
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