quinta-feira, 15 de maio de 2014

Em frente à TV Globo, manifestantes protestam contra manipulação da mídia


Nesta quarta-feira (14), ocorreram manifestações 

simultâneas em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro,

Argentina, Peru, México, Honduras e Cuba.


Najla Passos
Mayrá Lima/MST

Brasília - Militantes de movimentos sociais brasileiros promoveram nesta quarta (14), em frente à sede da TV Globo, em Brasília, um protesto pela integração latino-americana e contra a manipulação da mídia. O objetivo foi alertar a população contra as inverdades veiculadas sobre a crise na Venezuela que, segundo os organizadores, visam desestabilizar o país para justificar uma nova tentativa de golpe de estado.

A Venezuela, ao contrário do Brasil, tomou a decisão política de enfrentar o problema histórico da concentração dos meios de comunicação e, por isso, é vítima frequente dos grandes grupos de comunicação locais e internacionais, incluindo os brasileiros. A manifestação, que não saiu nos jornais da chamada grande imprensa, ocorreu simultaneamente a outras promovidas em São Paulo, Rio de Janeiro, Argentina, Peru, México, Honduras e Cuba, na Jornada Continental de Luta pela Paz e pela Integração da América Latina. 

Nei Zavaski, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) lembrou da participação da mídia convencional nos golpes de estado que ainda hoje, mesmo após o fim do ciclo das ditaduras militares, ainda assolam a continente. “Sabemos do incentivo que essa mídia golpista dá para violar as democracias. Nós não vamos permitir mais golpes na América Latina como os que ocorreram em Honduras e no Paraguai”, afirmou.

A coordenadora em Brasília do Coletivo Intervozes, Bia Barbosa, explicou porque o ato foi realizado em frente à sede da maior emissora de TV do país.  “A Rede Globo é o símbolo da concentração de propriedade dos meios de comunicação”, disse.

Segundo ela, a constituição brasileira prevê que os meios de comunicação não podem ser objetos de monopólio, mas, na prática, estão concentrados nas mãos de poucas famílias e grupos políticos. “É por isso que vários movimentos sociais lançaram a campanha pela Lei da Mídia Democrática. Nós estamos coletando 1,3 milhão de assinaturas pelo país para cumprir o que diz a nossa constituição”, ressaltou.

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Katy Hellen, do Levante Popular da Juventude, cobrou o legítimo direito à informação, tão massacrado pela mídia monopolista. “Viemos aqui prestar solidariedade ao povo da Venezuela e dizer que só a democratização da mídia vai nos dar o direito à informação”. 

Valter Misael, do Movimento de Pequenos Agricultores (MPA), lembrou a ingerência dos Estados Unidos na América Latina, que ameaça a soberania dos povos.  “Viemos denunciar as intervenções imperialistas em nosso continente, lembrar as tentativas de golpe. O direito à informação sobre isso nos é negado a todo instante”, denunciou.

Presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) de Brasília, Rodrigo Britto, lembrou do compromisso da maior central sindical brasileira com a pauta da democratização da mídia. “A CUT está lutando pela liberdade do povo da América Latina. Por isso, viemos denunciar que a Globo manipula as informações e criminaliza os movimentos sociais”, reforçou.

Iridiane Seibert, que estudou agroecologia na Venezuela, deu seu testemunho sobre as transformações alcançadas pelo país após o início da Revolução Bolivariana de Hugo Chaves. “Viemos expressar nosso rechaço a essa mídia golpista. Fui estudar agroecologia na Venezuela, porque aqui os filhos e filhas de camponeses não tem acesso a direitos como educação. Na Venezuela, menos de 30% da população tinha acesso à educação, mas depois da Revolução Bolivariana, mais de 80% da população passaram a ter acesso a esse direito”, exemplificou.

(*) Colaboraram Mayrá Lima e Pedro Rafael Vilela

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