sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Preço das commodities minerais e agrícolas influenciam mudanças na participação dos municípios no PIB em 2011

A alta no preço do barril de petróleo influenciou as principais mudanças nas participações dos
 municípios no PIB nacional em 2011. Por exemplo, entre os municípios que geravam pelo menos
 0,5% do PIB, Campos de Goytacazes (RJ) teve o maior ganho absoluto de participação, passando
 de 0,7% do PIB brasileiro em 2010 para 0,9% em 2011 (+0,2 ponto percentual), devido principalmente
aos altos preços do petróleo. Já entre as principais perdas de participação, o segmento do refino
de petróleo teve retração devido ao preço elevado do petróleo, que impacta diretamente os custos
 da atividade. Esse fato em conjunto com o elevado estoque e baixo crescimento da indústria
automotiva fez com que Betim (MG) passasse de 0,8% para 0,7% do PIB nacional entre 2010
e 2011. São Paulo teve a maior redução na participação no PIB (-0,3 p.p.). O crescimento
nominal do valor adicionado bruto da Agropecuária no ano de 2011, 12,5%, refletiu
principalmente a elevação dos preços do milho, o café, a cana-de-açúcar e a soja.

IBGE
Na análise de ganhos e perdas levando-se em conta todos os municípios, vários dos maiores movimentos positivos estavam ligados à atividade agrícola, tanto no que tange à produção quanto aocomércio.
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/pibmunicipios/2011/default.shtm
Em 2011, seis capitais concentravam aproximadamente 25,0% da geração de renda do país, das quais cinco se caracterizavam pela concentração da atividade de serviços (intermediação financeira, comércio e administração pública).
Essas e outras informações estão disponíveis na publicação do Produto Interno Bruto dos Municípios 2011, resultado de projeto desenvolvido em parceria com os Órgãos Estaduais de Estatística, Secretarias Estaduais e a Superintendência da Zona Franca de Manaus – Suframa. A publicação completa do PIB dos Municípios 2011 pode ser acessada na página
A análise de ganhos e perdas na participação percentual do PIB de 2011 em relação a 2010 foi realizada considerando os municípios que geravam pelo menos 0,5% do PIB nacional. Campos de Goytacazes (RJ) teve a maior diferença absoluta (0,2 p.p.), devido principalmente aos altos preços do petróleo. Guarulhos (SP), em segundo lugar com aumento de 0,1 p.p., teve ganho de participação em função da indústria de transformação e do comércio e serviços de manutenção e reparação.
A principal perda de participação foi de São Paulo (-0,3 p.p.), devido aos segmentos do comércio e serviços de manutenção e reparação e os serviços de intermediação financeira, seguros e previdência complementar e serviços relacionados. A segunda maior perda (-0,1 p.p.) ficou com Betim (MG), cuja principal atividade era a indústria de transformação. Nesse caso, os segmentos produção de autopeças (por causa dos estoques elevados) e refino de petróleo (devido ao preço alto desse produto) foram os principais responsáveis pela queda de participação.
Os municípios de São Bernardo do Campo (SP), Duque de Caxias (RJ) e Manaus tiveram perdas de participação de 0,1 p.p. cada um. No município paulista, a variação negativa se deveu principalmente à indústria automotiva e demais ramos industriais ligados a esta cadeia produtiva, além da indústria de artigos de perfumaria e cosmético. Em Duque de Caxias (RJ), a perda de participação ocorreu devido ao elevado preço do petróleo, que impactou diretamente nos custos da atividade de refino. Já a capital amazonense, município industrial, apresentou queda em função da indústria de transformação.
Na análise levando-se em conta todos os municípios, os maiores ganhos de posição no PIB nacional foram observados em dois municípios maranhenses, Belágua (da 4991ª posição para a 3849ª) e Godofredo Viana (da 4217ª para a 3089ª). O aumento da produção da mandioca e da extração do ouro foram os responsáveis, respectivamente, pelo ganho de posição. Entre as principais perdas de participação, Monções (SP) caiu da 1448ª para a 3377ª, devida à queda na atividade de comércio e serviços de manutenção e reparação. Outro município com perda de posição significativa foi Guarruchos (RS), onde ocorreu redução significativa do valor exportado de energia elétrica ocasionando a queda da 1501ª para a 2695ª posição.
Serviços se destacam em cinco das seis capitais com maior concentração de PIB
Em 2011, a renda gerada por seis municípios correspondeu a aproximadamente 25,0% de toda a geração de renda do país e esses municípios representavam 13,7% da população. Todos os seis municípios eram capitais (São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba, Belo Horizonte e Manaus) e tradicionalmente identificados como concentradores da atividade de serviços – intermediação financeira, comércio e administração pública, exceto Manaus, cuja economia tinha equilíbrio entre as atividades de indústria e de serviços.
Agregando a renda de 55 municípios, alcançou-se, aproximadamente, a metade do PIB nacional e 30,9% da população. No mesmo ano, nota-se que os 1.323 municípios que pertenciam à última faixa de participação relativa responderam por aproximadamente 1,0% do PIB e concentraram 3,3% da população. Nesta faixa, estavam 73,7% dos municípios do Piauí, 62,3% dos municípios da Paraíba, 54,0% dos municípios do Tocantins e 53,3% dos municípios do Rio Grande do Norte.
Excluindo-se os municípios das capitais, 11 municípios destacaram-se por gerarem individualmente mais de 0,5% do PIB, agregando 8,7% da renda do País. Esses municípios, com grande integração entre a Indústria e os Serviços, eram: Guarulhos (SP), 1,0%; Campinas (SP), 1,0%; Osasco (SP), 0,9%; Campos dos Goytacazes (RJ), 0,9%; São Bernardo do Campo (SP), 0,9%; Barueri (SP), 0,8%; Santos (SP), 0,8%; Betim (MG), 0,7%; Duque de Caxias (RJ) e São José dos Campos (SP), que individualmente geravam 0,6% e Jundiaí (SP) 0,5%. Campos dos Goytacazes (RJ), São José dos Campos (SP) e Jundiaí (SP) são municípios localizados fora das regiões metropolitanas.
Regiões Norte e Nordeste têm maior concentração do PIB de seus estados
Na maioria dos estados das regiões Norte e Nordeste, os cinco maiores PIB municipais concentravam mais do que 50% do PIB estadual. As exceções foram Tocantins e da Bahia, com 46,1% e 42,6%, respectivamente. O Sudeste não apresentou padrão específico, sendo que os cinco maiores PIB municipais do Espírito Santo e do Rio de Janeiro concentravam 61,2% e 65,0%, respectivamente, do PIB dos seus estados. Nas regiões Sul e Centro-Oeste do país, essa concentração não alcançava 50%, exceto em Mato Grosso do Sul, que apresentou concentração de 56,8% e, em Goiás, 50,7%.
Os estados do Amapá e do Amazonas, onde os cinco maiores PIB municipais geravam 87,5% e 86,5% dos PIB estaduais, respectivamente, apresentaram as maiores concentrações espaciais de renda do país, seguidos por Roraima, com 85,4%. Em outro extremo, encontravam-se Minas Gerais (33,7%), Rio Grande do Sul (35,5%), Santa Catarina (38,5%), e Mato Grosso (38,9%), com as menores concentrações.
Apenas duas capitais não são as primeiras em participação no PIB de seus estados
Analisando-se a participação das capitais na economia nacional em 2011, São Paulo (11,5%) estava na primeira posição em contribuição para o PIB do país e Palmas (0,1%) na última. Observando-se a posição relativa de cada capital em relação ao seu estado e ao Brasil, as duas únicas capitais que não estavam em primeiro lugar em seus respectivos estados eram Florianópolis e Belém. Em Santa Catarina, o maior município em toda série, de 1999 a 2011, foi Joinville, o mais populoso do estado, que faz parte do polo metal-mecânico. Em 2011, o segundo maior município em relação ao PIB catarinense foi Itajaí. No Pará, Parauapebas estava na primeira colocação graças aos altos preços do minério.
Na comparação das participações no PIB nacional, os movimentos entre as capitais foram sempre suaves, sendo que, em relação a 2010, houve ganho de posição de São Luís, Cuiabá, Florianópolis e Porto Velho em relação a Belém, Natal, Teresina e Aracaju, respectivamente. Em 2011, a participação relativa das capitais na composição do PIB nacional foi a menor desde o início da série, em 1999. O conjunto das capitais brasileiras representava 33,7% da renda nacional, sendo que as capitais da região Norte foram responsáveis por 2,4% desse total; as da região Nordeste, por 4,6%; as da região Sudeste, 18,6%; as da região Sul, 2,8%; e as da região Centro-Oeste, 5,3%.
Na comparação de cada capital com o PIB da respectiva unidade da Federação, Santa Catarina era o estado mais autônomo, tendo Florianópolis contribuído, em 2011, com 6,8%, enquanto o Amazonas era o mais dependente, uma vez que Manaus contribuiu com mais de 79,0% para o PIB do estado. Esse é o menor valor observado em toda a série.
Presidente Kennedy (ES) tem o maior PIB per capita do país
Os municípios com os maiores valores de PIB per capita tinham em comum a baixa densidade demográfica. Presidente Kennedy (ES) e Quissamã (RJ) eram municípios produtores de petróleo. Louveira (SP) concentrava centros de distribuição de grandes empresas. São Gonçalo do Rio Abaixo (MG) tem como principal atividade do município é a extração de minério de ferro. Confins (MG) ganhou posição com a transferência da maior parte dos voos do aeroporto em Belo Horizonte para o aeroporto internacional situado no município. Em Porto Real (RJ), situava-se uma indústria automobilística. Triunfo (RS) era sede de um polo petroquímico importante. Anchieta (ES) caracterizava-se pela pelotização e sinterização de minério de ferro. São João da Barra (RJ) era produtor de petróleo. Araporã (MG) tinha a maior hidrelétrica do estado, com capacidade instalada de 2.082 megawatts.
Apesar de Vitória ter o PIB per capita mais alto entre as capitais, correspondendo a 4,0 vezes o PIB per capitanacional, foi o quarto maior no Espírito Santo, atrás de Presidente Kennedy, Anchieta e Itapemirim.
O PIB per capita de cada um dos 556 municípios de menor PIB per capita, isto é, os 10,0% dos menores municípios em relação ao PIB per capita, foi inferior a R$ 4.519,66. Entre esses municípios, estavam 52,2% dos municípios do Piauí, 48,8% do Maranhão, 48,3% do Pará, 38,2% de Alagoas e 31,9% da Bahia.
Produção de algodão herbáceo leva São Desidério (BA) a ter a maior participação no valor adicionado bruto da agropecuária
Em 2011, São Desidério (BA), que tinha ficado em 3º lugar na participação no valor adicionado bruto da agropecuária no PIB em 2010, foi o maior produtor de algodão herbáceo do país, responsável por 14% da produção nacional e 45,1% da produção baiana. Isso o levou à 1ª colocação, com R$ 832,8 milhões. Em seguida, veio Sorriso (MT), maior produtor nacional de soja e segundo maior de milho, com R$ 745,6 milhões. Na terceira posição ficou Rio Verde (GO), com R$ 723,4 milhões e vários destaques ligados às agroindústrias do ramo alimentício, inclusive as plantações de soja, milho e sorgo, além das criações aves, suínos e bovinos.
Preço do barril de petróleo leva Campos de Goytacazes (RJ) a passar o Rio de Janeiro na participação no valor adicionado bruto da Indústria
Em 2011, São Paulo permaneceu como o principal polo industrial do país, com participação relativa de 7,9% no valor adicionado bruto da indústria no PIB nacional. O Rio de Janeiro, que estava na segunda colocação em 2010, ficou na terceira posição, com 2,4%. Campos de Goytacazes (RJ) passou ao segundo lugar em participação, com 2,9%, graças às atividades de exploração de petróleo e gás natural e à alta do preço do barril de petróleo.
Três capitais concentram 24,7% do valor adicionado bruto dos Serviços no PIB
Os três municípios que agregavam até 25,0% do valor adicionado bruto dos serviços em 2011 foram São Paulo (13,1%), Rio de Janeiro (5,9%) e Brasília (5,7%). A geração do valor adicionado dos serviços nas capitais era bastante alta, chegando a totalizar 39,5%, em 2011. Dos 41 municípios que agregavam metade do valor adicionado bruto dos Serviços, 19 correspondiam a capitais.
No corte pelos municípios que representavam pelo menos 0,5% do valor adicionado bruto dos serviços do país, ocorreram suaves ganhos de participação (0,1 p.p.) no Rio de Janeiro, Guarulhos (SP) e Fortaleza. Nos dois primeiros, o aumento se deve ao segmento de comércio e serviços de manutenção e reparação; já a capital cearense ganhou peso nos segmentos de transporte, armazenagem e correio e de serviços prestados às empresas.
Em Roraima, apenas na capital administração, saúde e educação públicas e seguridade social têm menos de 50% de peso no PIB
A administração, saúde e educação públicas e seguridade social registrou peso superior a 50% no PIB em todos os municípios de Roraima, com exceção apenas de Boa Vista, com 39,8%. Seu peso ficou evidente, também, nos municípios do Amapá que, em 2011, sendo superior a 40,1% em quase todos, com exceção de Pedra Branca do Amapari. Neste município, onde a atividade industrial, em 2011, representou 36,7% em relação ao PIB, a participação da administração pública foi de 26,8%.

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