quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Experiências agroecológicas são bem-sucedidas em assentamentos da reforma agrária

No ultimo dia do Congresso Brasileiro de Agroecologia, em Porto Alegre, nesta quinta-feira (28), o destaque foi para as experiências de agricultores e técnicos que lidam com o sistema de produção. A proposta do painel Agroecologia e Desenvolvimento: experiências e perspectivas no âmbito da reforma agrária, é mostrar as produções agroecológicas que deram certo em assentamentos da reforma agrária. 

O coordenador de Desenvolvimento de Assentamentos do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Rogério Mauro, falou das perspectivas da agroecologia na reforma agrária e do desenvolvimento dos assentamentos. "O tema do desenvolvimento de assentamentos no Incra ganha força de 2005 para cá. Até esse período trabalhou-se muito a desapropriação de terras", explicou. 
Detalhando a forma de trabalho atual, Rogério Mauro falou da diversidade de assentamentos, como os especiais, de desenvolvimento sustentável e reservas extrativistas. "Para o desenvolvimento deles seguimos três diretrizes: erradicar a extrema pobreza nas áreas de reforma agrária, combater o desmatamento e regularizá-las ambientalmente, além de ampliar a produção e produtividade, inserção nos mercados, geração de renda e agroindústria", elencou. 
Do Assentamento Terra Vista, no município de Arataca (BA), o agricultor Joelson Ferreira de Oliveira falou da experiência com o cacau agroecológico. Do cacau eles produzem o chocolate artesanal e a bebida láctea para comercialização. O assentamento foi criada em 1992 em 1998 surgiu a primeira escola do Terra Vista. "O que queremos mostrar é que estamos no caminho. Já há 13 anos trabalhando com agroecologia", disse. 
Ao todo, 360 famílias vivem da produção agroecológica do cacau no Assentamento Terra Vida. Segundo Joelson, quando começaram a produção, jamais imaginavam que poderia dar certo a produção do fruto. "Um detalhe para o sucesso da produção foram os cursos em agroecologia. Temos tudo para avançar nesse ramo", destacou o assentado. 
Cooperativa
O representante da Cooperativa de Prestação de Serviços Técnicos (Coptec) do Rio Grande do Sul, Álvaro Delatorre, falou sobre a agroecologia nos assentamentos. "A agroecologia é uma ferramenta importante para fazer a contraposição ao agronegócio", afirmou. 
Para ele, é necessário entender o assentamento como força política. "É a capacidade de influenciar local e regionalmente. Ter o reconhecimento da sociedade, ser uma referência de organização e política. A agroecologia não é portadora de um novo projeto de sociedade, mas nossas experiências trazem referências de um paradigma distinto do modelo hegemônico do agronegócio", explicou. 
O coordenador do curso de Especialização em Leite Agroecológico da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Pedro Cristófolli, falou sobre a experiência da faculdade localizada em um assentamento da reforma agrária. "Trabalhamos com 400 famílias assentadas e nossa média de produção é 50 litros de leite por dia", afirmou. 
Serviço
VIII Congresso Brasileiro de Agroecologia.
Data: Até 28/11 (quinta-feira).
Horário: 8h30 às 18h.
Local: PUCRS - Avenida Ipiranga, 6681 - Partenon, Porto Alegre. 
Tássia Navarro
(61) 2020-0227 / (61) 2020-0262
imprensa@mda.gov.br 

Nenhum comentário:

Postar um comentário