domingo, 30 de junho de 2013

PAC 2011: comércio movimenta 2,1 trilhões e ocupa 9,8 milhões de pessoas

PAC 2011: comércio movimenta 2,1 trilhões e ocupa 9,8 milhões de pessoas
De acordo com os resultados da Pesquisa Anual de Comércio - PAC, referentes ao ano de 2011, o setor comercial brasileiro gerou R$ 2,1 trilhões de receita operacional líquida e ocupou 9,8 milhões de pessoas, totalizando o pagamento de R$ 130,2 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações. Foram estimadas 1,571 milhão de empresas comerciais, distribuídas por 1,683 milhão de unidades locais que exerciam a atividade de revenda de mercadorias.

IBGE
As empresas com 20 ou mais pessoas ocupadas geraram 74,1% do total da receita operacional líquida do comércio, (R$ 1,6 trilhão), correspondentes a 53,1 mil empresas, que representaram 3,4% da PAC. Em 2011, estas empresas responderam por 4,2 milhões de pessoas ocupadas, 43,3% do total, e pagaram R$ 75,6 bilhões em salários retiradas e outras remunerações, representando 58,0% do total do comércio.
O comércio varejista se destacou com a maior parcela do número de empresas (79,7%), de pessoas ocupadas (73,6%), e dos salários, retiradas e outras remunerações (62,0%). No entanto, o comércio atacadista figurou com a maior porcentagem da receita operacional líquida (42,8%), seguido pelo varejo, com 42,7%.
Nesta edição, a PAC analisa também o dinamismo dos diferentes segmentos a partir do indicador de produtividade do trabalho, calculando para cada um a média no período 2007-2011. Através dessa análise, pode-se observar que o comércio apresentou evolução dinâmica, com crescimento da produtividade do trabalho (3,9%) acima da variação do salário médio mensal (3,7%). Esse resultado foi impulsionado, principalmente, pelo comportamento do mercado consumidor interno e pelo desempenho do comércio varejista, que obteve o maior dinamismo do setor (crescimento de 6,3% da produtividade do trabalho acima dos 3,6% do salário médio mensal). Os segmentos varejistas com maior produtividade foram equipamentos de informática (19,1%) e produtos farmacêuticos (16,6%).
Em seguida, com desempenho mais heterogêneo, observou-se o comércio por atacado, que por cumprir papel intermediário na economia, foi impactado pela dinâmica dos setores industriais e agropecuários e pelos indicadores relativos ao mercado externo. Assim, neste setor, em média, a produtividade do trabalho (2,7%) foi menor em relação ao crescimento do salário médio mensal (3,5%). Produtos agropecuários in natura (com produtividade de 9,1%) e revenda de produtos alimentícios (com 6,3%) foram os destaques do setor atacadista.
A PAC representa a principal fonte de dados sobre o funcionamento do setor comercial e tem por objetivo descrever as características estruturais básicas do segmento empresarial do comércio no País e suas transformações no tempo, em três agrupamentos: comércio varejista, comércio por atacado e comércio de veículos automotores, peças e motocicletas. A análise abrange os níveis Brasil, Grandes Regiões e Unidades da Federação. A publicação completa da Pesquisa Anual de Comércio 2011 pode ser acessada na página: clique.
Entre 2007 e 2011, varejo apresenta produtividade média anual de 6,3% e garante dinamismo ao comércio
Entre 2007 e 2011, o comércio apresentou dinamismo: a produtividade do trabalho aumentou 3,9%, com o crescimento real médio anual do valoradicionado (10,7%) acima do aumento médio anual do número de pessoas ocupadas (6,5%).
O comércio varejista se destacou com elevação da produtividade (6,3%) acima da média da PAC. Neste segmento, o valor adicionado cresceu 13,2% e o número de pessoas ocupadas, 6,5%. Os setores com maior dinamismo foram: equipamentos de informática e comunicação, com aumento de 19,1% da produtividade do trabalho, de 30,9% do valor adicionado e de 9,9% do número de pessoas ocupadas; e produtos farmacêuticos, com crescimento de 16,6% da produtividade, 23,2% do valor adicionado e 5,6% do número de pessoas ocupadas. Vale ressaltar que o setor varejista brasileiro se beneficiou com o aquecimento do mercado interno, por sua vez impulsionado pelo desempenho favorável do mercado de trabalho.
As atividades atacadistas obtiveram uma produtividade média anual de 2,7%, com 9,4% de crescimento médio anual do valor adicionado e 6,5% do número de pessoas ocupadas. A atividade atacadista foi a mais afetada pela crise de 2009, mas entre 2007 e 2011 observou-se dinamismo heterogêneo entre os segmentos da atividade. O setor com maior aumento de produtividade foi o de produtos agropecuários in natura, ligado ao mercado externo, que atingiu crescimento médio anual de 9,1%. Esta evolução se deveu ao crescimento de 9,2% do valor adicionado e de 0,1% do número de pessoas ocupadas. Neste caso, houve crescimento do valor adicionado com impacto mínimo sobre a ocupação de pessoal. Outro destaque, em relação ao crescimento da produtividade, foi a revenda de produtos alimentícios, bebidas e fumo, atingindo 6,3%, no período em foco. Neste segmento, o valor adicionado cresceu 11,7% e o número de pessoas ocupadas, 5,1%. Ressalta-se que comportamento do mercado interno possui significativo peso na trajetória de crescimento deste segmento.
Dentro das atividades que compõem o comércio de veículos, peças e motocicletas, a revenda de veículos automotores foi a mais afetada pela crise de 2009, destoando dos demais e indicando perda de dinamismo entre 2007 e 2011: houve redução da produtividade (-1,4%), resultante da dinâmica intensiva em mão de obra, com crescimento do valor adicionado (5,8%) menor do que a variação do número de pessoas ocupadas (7,2%). As empresas revendedoras de motocicletas, peças e acessórios foram as únicas que, em média, exibiram dinamismo. O crescimento médio anual da produtividade do trabalho foi de 2,2%, como produto do aumento de 11,1% do valor adicionado e de 8,7% do número de pessoas ocupadas.
Observa-se, ainda, que, em média, as empresas que pertencem ao âmbito da PAC apresentaram, entre 2007-2011, crescimento da produtividade do trabalho (3,9%) acima da variação do salário médio mensal (3,7%). O comércio varejista contribuiu decisivamente para este desempenho, com aumento de produtividade acima da média nacional (6,3%). O comércio atacadista apresentou aumento de 2,7% da produtividade do trabalho e de 3,5% como do salário médio. A produtividade no comércio de veículos, peças e motocicletas registrou decréscimo de 1,3%, e o salário mensal, aumento de 4,5%, indicando pressão dos salários sobre os custos.
Três atividades concentram mais da metade (56,0%) da receita líquida do varejo
As 1.252.586 empresas do comércio varejista (79,7%) obtiveram uma receita operacional líquida de R$ 911,4 bilhões (42,8%) e empregaram 7.210.796 pessoas (73,6%), gerando R$ 80,8 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações (62,0%).
Três segmentos se destacaram no comércio varejista: hipermercados e supermercados; combustíveis e lubrificantes; e lojas de departamento, eletrodomésticos e móveis. Juntas, elas responderam por mais da metade (56,0%) da receita líquida de revenda total do comércio varejista em 2011 (24,5%, 16,8% e 14,7%, respectivamente). Apesar da elevada contribuição de tais atividades na receita, elas representam 16,5% do total das empresas do segmento.
Em relação à participação na massa salarial, foram destaque os segmentos de hipermercados e supermercados (16,3%), comércio de tecidos, artigos do vestuário e calçados (16,6%) e o segmento de lojas de departamento, eletrodomésticos e móveis (16,0%). Hipermercados e supermercados também responderam pela maior média de pessoas ocupadas por empresa (77 pessoas), bem acima da média do comércio varejista (6).
O segmento de maior produtividade do trabalho foi a de revenda de combustíveis e lubrificantes: R$ 44.628. As 29.962 (2,4%) empresas do segmento geraram R$ 151,5 bilhões de receita líquida de revenda, empregaram 356,2 mil pessoas (4,9%) e pagaram R$ 4,6 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações.
Atacado alcançou 42,8% da receita operacional líquida do comércio
O comércio por atacado, com 171.057 empresas (10,9%), alcançou uma receita operacional líquida de R$ 915,2 bilhões (42,8%), ocupou 1.655.929 pessoas (16,9%) e pagou uma massa salarial de R$ 34,4 bilhões (26,4%).
Dentre os segmentos da atividade atacadista, destacaram-se, em primeiro lugar, as empresas revendedoras de combustíveis e lubrificantes que foram responsáveis por 26,0% da receita líquida de revenda (R$ 227,6 bilhões). Cabe ressaltar que essas empresas representam 1,1% do total da atividade (1.839 empresas).
As empresas revendedoras de produtos alimentícios, bebidas e fumo, estimadas em 27.149, vieram em segundo lugar, com uma participação de 15,9% da receita líquida de revenda (R$ 154,4 bilhões). Este segmento se constitui, predominantemente, por empresas distribuidoras de mercadorias para o mercado interno. Além de ter respondido pela segunda maior parcela da receita, o segmento foi responsável por empregar parte significativa do pessoal ocupado na atividade atacadista, 23,0% (380.412 pessoas).
Em 2011, o segmento de comercialização de máquinas e equipamentos totalizou 12.369 empresas, destacando-se por apresentar o maior percentual gasto com salários, retiradas e outras remunerações (19,4%), embora tenha alcançado a quarta posição em termos de número de pessoal ocupado (11,8%).
Revenda de veículos ocupa em média 15 pessoas por empresa
No comércio de veículos automotores, peças e motocicletas, as 147.317 empresas (9,4%) geraram R$ 310,7 bilhões de receita operacional líquida (14,5%), ocuparam 929.136 pessoas (9,5%) e pagaram R$ 15,0 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações (11,6%). A atividade ocupou, em média, 7 pessoas por empresa e pagou 2,2 salários mínimos a cada pessoa ocupada, e alcançou uma produtividade do trabalho de R$ 45.349.
Dentre os segmentos que compõem a atividade, a revenda de veículos automotores se destacou pela maior média de pessoal ocupado por empresa (15 pessoas), pelo maior salário médio (3,2 salários mínimos), e pela produtividade mais alta (R$ 74.822). Foi o comércio de peças para veículos, entretanto, que obteve a mais alta taxa de margem de comercialização (41,0%), indicando que, nesta atividade, o retorno por unidade comercializada foi superior ao das demais.
No Nordeste, 76,4% dos ocupados em atividades comerciais estão no varejo
Analisando-se regionalmente a estrutura da atividade comercial em 2011, observa-se que a Região Sudeste obteve a maior parcela (53,1%) da receita bruta de revenda, seguida pelas Regiões Sul (19,2%), Nordeste (14,9%) e Centro-Oeste (9,2%), sendo a Região Norte responsável pela menor participação (3,6%).
Quando se considera a participação de cada segmento nas Grandes Regiões, observa-se a predominância, em termos de receita bruta de revenda, do comércio atacadista no Norte (47,1%), Sudeste (44,8%), Centro-Oeste (44,0%) e Sul (43,9%). A Região Nordeste foi a única onde o comércio varejista apresentou maior contribuição (48,0%).
Embora o comércio por atacado tenha predominado em relação à receita bruta de revenda, foi o setor varejista o responsável por empregar o maior número de pessoas no Brasil (73,6%). No Nordeste, região na qual sua participação foi mais significativa em termos de receita, este segmento chegou a representar 76,4% das pessoas ocupadas nas atividades comerciais. Além disso, o varejo respondeu pela maior parcela de salários, retiradas e outras remunerações em todas as Grandes Regiões brasileiras.

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