domingo, 30 de junho de 2013

Amal Assir acredita em conspiração - LÍBANO


Foto: nataliasancha (esposa de Ahmad Assir entre amigas)

De olhos verdes e cabelos loiros, Amal Assir, a Ex-Professora de ginástica para crianças, e segunda esposa do clérigo salafista, Sheikh Ahmed Assir, acusou o Hezbollah na última sexta-feira (28), de intransigência na questão dos apartamentos ocupados em Sídon, além do frequente comportamento provocativo e das infrações cometidas pelo grupo xiita, contra Assir e seus partidários. Ela acredita que a eclosão dos confrontos do ultimo domingo pode ser uma conspiração armada pelo Hezbollah, que levou o exército a se envolver numa batalha contra o clérigo Assir, e que tudo o que houve pegou todos de surpresa. 

Amal declarou que seu marido sempre afirmava que o principal ponto de discórdia não era com o exército, mas com os apartamentos ocupados na área, pelos filiados do Hezbollah, e que eles já haviam realizado protestos anteriores, pedindo ao Estado e ao exército libanês para controlar as armas do Hezbollah, para que eles pudessem viver em paz em suas respectivas seitas, sem as tentativas de exercer domínio um sobre o outro.  A senhora Assir, disse ainda, que eles foram cercados durante mais de 7 meses no interior da mesquita pelo exército, e que nunca haviam atacado-os antes, e que um bombardeio tão pesado, numa área tão pequena e tão populosa, com edifícios e apartamentos, nunca havia sido presenciado por ela, mesmo durante a guerra civil, e que o exército foi dominado pelo Hezbollah, que tem poder sobre as tomadas de decisões das forças armadas do país. Ela acusa ainda o Hezbollah de ter participado junto com o exército dos confrontos, e que o exército ignorou as continuas violações e agressões do partido contra eles.

Embora os discursos extremistas do salafista Assir fossem impopulares, com os membros de sua seita sunita, a campanha do exército contra ele levantou questões, sobre por que os militares do exercito não conseguiram usar a mesma força, contra o Hezbollah... Os clérigos sunitas acusam o exército de ter dado cobertura para o Hezbollah, cujas tropas estão lutando ao lado de Bashar na Síria. Anônimo até 2 anos, Assir se destacou no cenário sectário libanês, em virtude de seus intensos e insistentes discursos sectários contra o Hezbollah e seus guerrilheiros. Assir chegou a organizar um protesto que fechou a estrada principal de Sídon durante um mês, visando pressionar o desarmamento do grupo xiita. 

E no início do mês, ele acusou o exército de defender a ocupação dos partidários do Hezbollah sobre os apartamentos em Sídon, e alertou que ele tomaria uma atitude militar contra o grupo, caso suas reivindicações não fossem cumpridas pelas forças armadas de intervir e remove-los de lá. Amal contou ainda, que Assir lhe disse na última vez que a viu, antes da batalha:
"Eu vou te ver no céu, insha Allah". E disse que eles serão martirizados de cabeça erguida, mas que não cederão a ninguém. 

Na quinta-feira (27), o Hezbollah 
desocupou vários apartamentos na área da Abra, e entregando-os ao exército libanês. O confronto Abra, foi o pior no Líbano, desde a eclosão do conflito sírio, há 27 meses, e que aprofundou as 
tensões sectárias.


Claudinha Rahme
Gazeta de Beirute


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