terça-feira, 30 de abril de 2013

Movimento realizará ato em defesa do Cais José Estelita, em Recife, no próximo domingo (28)



 
Tatiana Félix
Jornalista da Adital
Adital
A luta pela defesa do Cais José Estelita, em Recife, Pernambuco, vai levar ativistas, população, movimentos sociais e integrantes do grupo Direitos Urbanos (DU) mais uma vez para as ruas da cidade, na tarde do próximo domingo (28), para o ato #Ocupe Estelita +1. O evento acontecerá no Cais José Estelita, no bairro São José, e celebra um ano de atuação do DU contra o projeto Novo Recife empreendido por quatro construtoras integrantes do Consórcio Novo Recife, que prevê a construção de um complexo de 13 edifícios residenciais e empresariais na região do Cais.
No ato, promovido pelo grupo DU e o primeiro deste ano, haverá rodas de conversa, shows e apresentações culturais, exposição de fotografias, exibição do vídeo ‘Cine Chinelo no Pé no Estelita’, oficina de construção de maquete, plantio de árvores, painel de grafitti, entre outras atividades livres, gratuitas e abertas à participação do público.
Além disso, o DU estará coletando assinaturas para a carta que será entregue ao novo prefeito Geraldo Julio (PSB) pedindo um melhor estudo e impedimento do "projeto de desenvolvimento” que além de ter irregularidades passa por cima da qualidade de vida e do histórico visual da cidade, segundo afirma a arquiteta e integrante do DU, Cristina Gouvêa. "A gente sabe que a proposta do projeto é a pior possível, pois privatiza uma área que pertence à cidade, à União, têm prédios muito altos que ignoram a referência urbana horizontal de Recife e está isolado do resto da cidade. É um projeto muito violento”, comentou.
De caráter plural e abrangente, o grupo Direitos Urbanos foi formado em março de 2012 a partir das discussões sobre os impactos que o projeto Novo Recife vai causar na cidade, caso seja implantado, como degradação ambiental, alteração na paisagem histórica da cidade, formação de ilhas de calor, exclusão social, entre outros, e desde então tem feito denúncias e acompanhado de perto as decisões públicas, aprovação e suspensão, irregularidades ambientais e os processos administrativos em torno da proposta.
"Causa-nos indignação profunda que o poder público local esteja fascinado com uma ideia de desenvolvimento e progresso há muito ultrapassada, comprometido com um modelo de cidade que é excludente, predatório e violento, permanecendo ao lado dos grandes empreendimentos imobiliários de luxo (...), financiando a expulsão da população pobre, através de valorização imobiliária sem contrapartida de desenvolvimento social”, expressou o grupo DU em abril do ano passado, na ocasião do evento "Pernambuco no Clima”, para o governador do estado, Eduardo Campos.
Composto por organizações, movimentos e profissionais dos mais diversos segmentos, o DU tem atraído a adesão de cada vez mais pessoas na luta pelo Cais José Estelita, em busca de alternativas para o projeto e reivindicações de melhorias para a cidade, que precisa de saneamento básico, pavimentação das ruas, recuperação de rios e áreas poluídas e desmatadas.
Segundo Cristina Gouvêa, o projeto Novo Recife precisa de estudo de desenho urbano que leve em consideração a região e não apenas o terreno que foi comprado da Rede Ferroviária Federal (Refesa) em leilão em 2008. Entre as propostas estão o desenho mais coerente com a cidade considerando seus prédios históricos, a garantia de habitação para população que vivem em condições extremas, diálogo com população, cumprimento das diretrizes do projeto Recife-Olinda, entre outras. Para o grupo, existem outras maneiras de reativar e renovar o Cais José Estelita.
Saiba mais sobre o DU no blog: http://direitosurbanos.wordpress.com/, ou facebook:
(grupo) https://www.facebook.com/groups/233491833415070/ e (página)https://www.facebook.com/DireitosUrbanos
Para mais informações sobre o caso, acesse o grupo Salve o Cais José Estelita e o grupo Contra o projeto Novo Recife.

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