terça-feira, 29 de janeiro de 2013

TOMATE, Hortaliça é uma das preferidas no país



Por De São Paulo
O italiano Sauro Scarabotta, chef de cozinha em São Paulo, diz que sempre está à procura de um bom tomate de mesa ou para molho. "Entendo que o clima úmido do Brasil dificulta os cultivos com a incidência de pragas, mas a qualidade não precisa ser tão baixa", diz. Por isso, ele vê com particular entusiasmo a diversificação dessas hortaliças "gourmet", cujo sabor e textura são provenientes de um cultivo extremamente controlado.
Scarabotta ressalta que os brasileiros são bastante apreciadores de tomates (processado e de mesa), com consumo de 16,2 kg per capita por ano - embora muito aquém da Turquia (86 kg per capita anuais) e da Itália (55,4 kg por ano). Mas o produto nacional, tal como o americano, é considerado inferior ao italiano, famoso por ser vermelho vibrante, carnudo e suculento. A variedade san marzano, que quase entrou em extinção no fim dos anos 1980, é a mais famosa delas. Só foi recuperada uma década depois quando um grupo de engenheiros agrônomos localizaram cultivos que possuíam algumas plantas originais.
Segundo o professor Paulo César Tavares de Melo, da Esalq (USP), é impossível comparar as condições de cultivo entre Itália e Brasil. No país, as condições tropicais submetem as plantações à alta pressão de incidência de doenças e ataque de pragas. "A hortaliça se tornou resistente depois que surgiram os programas de melhoramento genético nos anos 1980, mas não levaram em conta o sabor dela", informa.
Para Melo, o fruto nacional melhoraria se permanecesse no pé o maior tempo possível para amadurecer e equilibrar açúcares e ácidos orgânicos.
Mesmo que a qualidade do tomate brasileiro seja discutível, a hortaliça é uma das mais importantes no país - e do mundo, ao lado da batata inglesa - e uma das que mais oscilam de preço por conta do excesso de umidade ou seca em demasia que derrubam a produção concentrada nas regiões Sudeste e Centro-Oeste do país.
No segundo semestre do ano passado, os preços registraram a maior alta dos últimos dez anos (para R$ 4,90 o kg, em média) na região metropolitana de São Paulo, como registrou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "O tomate é um produto tipicamente sazonal, com excesso de oferta numa época e escassez na outra. Não adianta lamentar", comenta o professor da Esalq. (JK)


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