quinta-feira, 29 de março de 2012

MAX MAURO 1


05 DE ABRIL DE 1988
Ainda tenho na memória o dia 10 de fevereiro de 1987. Numa memorável reunião na casa dos padres Jesuítas, em Anchieta, Max Mauro às vésperas de tomar posse falou para toda direção do Mepes. Naquela ocasião o entusiasmo tomou conta de todos. Todos acreditavam que finalmente o Mepes começava a ser reconhecido. A luta de muita gente, a luta de anos e anos a fio, parecia que teria o reconhecimento do Poder Público. Quem percebeu este estado de espírito é quem agora lhe escreve. Lembro-me ainda que após falar na reunião, do meu lado estava Silvestro Fávero, um bravo e brilhante produtor rural de Pinheiros. Antes mesmo de sentar ouvi:
-Foi Deus que te mandou aqui, para falar.
MEU CARO MAX
Mais de dois anos se passaram. O meu objetivo era o de fazer este relato já no dia 10 de fevereiro deste ano. O 10 de fevereiro tem para mim dois significados. Primeiro, porque é o dia do meu aniversário. Depois o 10 de fevereiro de 1987 jamais poderá ser esquecido, porque ele representou para muita gente a possibilidade de ser concretizar um sonho: comprometer o Poder Público de maneira séria, honesta e objetiva com a educação rural, (com a consciência política e com uma vida justa para milhares de agricultores capixabas). São eles que carregam este Espírito Santo.
Confesso meu caro Max, que nestes dois anos tive alegrias com o relacionamento do Mepes com a Secretaria de Agricultura, mas com o setor de Educação, foram frustrações. Neste tempo tenho acumulado uma série de indagações. Fico pensando:
-E SE O MEPES NÃO TIVESSE O APOIO DO GOVERNADOR?
Fico pensando:
ESTAMOS PERDENDO TEMPO?
As palavras se perdem no temp. As ações concretas do cotidiano é que ficam no coração da gente.
MEU CARO MAX
Neste intervalo, do 10 de fevereiro de 1987 até hoje, tive a oportunidade de falar alto em várias reuniões. Tive a oportunidade de às vezes falar certas coisas para pessoas que nada tinham com o caso. Foram reuniões intermináveis com a burocracia estadual. Hoje vejo o que sobrou de todo este esforço do pessoal do Mepes:
- míseros 70 mil cruzados no orçamento inicial do Estado (um orçamento feito com inflação de 600%).
Estou indignado.
As esperanças que a gente carregava ao que parece vão sendo lançadas no leito da estrada. A luta de mais de 20 anos do Mepes é no nosso Estado desprezada. Jogada na sarjeta. De maneira alguma nós do Mepes (falo nós porque fui me integrando com o tempo, com a vivência e com a perscepção de que todos do Mepes são heróis numa terra de espertalhões. Muitos deles poderiam estar cuidando de suas vidas particulares, mas movidos pela fé para com os seus semelhantes,  estão na luta da educação, da vida...).
O Mepes não quer nadar nos recursos do Governo. O Mepes não quer ser o melhor, queremos apenas participar e dar a nossa contribuição. Um dia o Poder Público terá de compreender a ação do Mepes. É impossível para uma pessoa de médio entendimento não perceber que a educação que o Brasil precisa no meio rural, tem no Mepes a sua matriz. Como nós capixabas não vemos isto? A idéia de educação que o Mepes faz e pratica, é injustiçada, mas segue em frente, está sendo adotada por vários Estados.
MEU CARO MAX
Poderia aqui continuar falando horas a fio. Poderia aqui desfilar palavras e palavras em defesa do Mepes e o tratamento desigual e primário que estes valorosos homens e mulheres vêm tendo.
Mesmo com todos problemas eobstáculos, vou continuar na luta e dando minha contribuição ao Mepes, para mim na figura ímpar do padre Humberto Pietrogrande, homem de uma dedicação infinita pela causa popular. Um homem que poderia estar na Itália, na próspera Itália. Mas ele sabe que a sua Pátria é o Mundo. É dessa gente que falo. É de gente deste calibre, gente que não corre da luta da vida, que devemos sempre nos aproximar. Se personifico na pessoas do padre Humberto, poderia indicar muitas outras pessoas que militam no movimento. Em cada EFA do Mepes poderemos encontrar gente de quilate, gente lutadora e disposta sempre.
MEU CARO MAX
Quero fazer duas colocações finais:
- DÊ UMA LIDA NO RELATÓRIO DO MEPES E DEPOIS ME DIGA: O TRATAMENTO QUE O GOVERNO DÁ AO MEPES É JUSTO?
- A SEGUNDA COLOCAÇÃO É DE QUE ESTOU ENVIANDO UMA CÓPIA DESTA CARTA PARA O MEPES.

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