terça-feira, 24 de janeiro de 2012

11.573.000 SACAS DE CAFÉ.

Este é o número de sacas de café que o Espírito Santo colheu no ano de 2011, de acordo com a pesquisa da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). É a maior safra já colhida no Estado. Um feito que merece ser comemorado, como o foi no dia 17 de novembro em solenidade no Palácio Anchieta, sob o comando do Governador Renato Casagrande. Num tempo de notícias ruins é preciso destacar o lado positivo e trabalhador do capixaba cafeicultor.

Outro destaque que podemos citar da safra é a produtividade. Pela primeira vez na história a cafeicultura capixaba tem a maior produtividade do Brasil. A nossa produtividade é de 26 sacas por hectare, contra 24 do Paraná e 22 de Minas Gerais O café volta ao cenário político e econômico com muita força. Aliás, posição que ele nunca deveria ter saído. A presença de um grande número de produtores, prefeitos, comerciantes, técnicos e deputados é a indicação de que o café está sendo olhado e entendido de uma forma diferente, positiva.

É interessante registrar que o café veio há mais de 150 anos e atraiu a atenção de inúmeras famílias do Rio de Janeiro e Minas Gerais que migraram para o sul do Estado. Aqui com mão de obra escrava e depois com braços europeus plantaram café. O nosso estado que era tido como produtor do pior café tem hoje uma mudança nesta condição. Já somos conhecidos e reconhecidos como exportador de qualidade, o que tem reflexo no preço e por consequencia no bolso de todos da cadeia produtiva. O que é positivo.

Mas se fizermos uma marcha ré no tempo chegaremos a década de 60 quando ocorreu a erradicação dos cafezais. Neste tempo o êxodo rural foi a tônica da sociedade capixaba. Daqui saíram milhares de migrantes rumo a Rondônia e Para, mas não podemos nos esquecer dos milhares de migrantes para os centros urbanos. A Grande Vitória é um retrato fiel do êxodo. Mas existe um dado que nem sempre é colocado na discussão da erradicação. A produtividade da lavoura na década de 60 indicava a direção de uma auto-erradicação natural. Mas esta colocação não absolve a erradicação feita sem planejamento e visão do que seria das pessoas sem produção e sem café no pós-erradicação.

Na sequencia da erradicação as lideranças políticas entraram na movimentação no sentido de se ter uma reparação econômica. Neste época surge o sistema que é o hoje o Fundap- Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias, que gerou uma grande movimentação portuária e econômica no Espírito Santo. Foi a erradicação o grande trunfo para o inicio do sistema de incentivos fiscais, o mesmo que nos nossos dias de hoje passa por um período de provação e possível fim, via Congresso Nacional.

Mas o meio rural capixaba também teve no pós-erradicação o surgimento do plano de renovação das lavouras. Paralelamente as pesquisas inicialmente feitas pelo Instituto Brasileiro do Café (IBC) e depois pelo Governo Capixaba, levaram ao maior empreendimento social, político e econômico. A safra deste ano é o resultado de todo um trabalho feito por todos, por isto que chegamos a 11 milhões e 573 mil sacas de café.

Hoje, 2011, devemos bater palmas para o segmento cafeeiro que presenteia toda sociedade com grande produção e qualidade aprimorada. Ficou no passado o tempo que éramos conhecidos como produtor do pior café do Mundo. O conilon terá este ano 8 milhões 494 mil sacas e o arábica ficará com 3 milhões 89 mil sacas. Nos próximos anos iremos mais longe, com a competência do produtor, da pesquisa, extensão e do complexo comercial exportador.

ronaldmansur@gmail.com

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